DOMINGO

Num repente, a fome avança
na noite de domingo.
Talvez nem saibas o quanto te amo.
Percorro a cidade em busca de nós.
A churrascaria está fechada.
O bar da esquina, que serve hamburger,
está fechado. Eles nem sabem de nós.
Na minha lembrança, as luzes do "Moulin Rouge"
apagam e acendem, freneticamente.
A fome da noite de domingo é diferente
da fome do meio dia de segunda-feira.
Não me conformo com a insensibilidade
de quem apagou a luz da lua.
Há silêncio demais na casa vazia.
Talvez nem saibas o quanto te amo.
O relógio gasta a noite
quando ando em busca de nós,
no domingo.
A fome de domingo desaparece
na segunda-feira.
Por isso espero a sexta que me trará
o sábado de poesia com a inevitável
fome de domingo,
com uma cidade inteira a percorrer.
A churrascaria e o bar da esquina
permanecerão fechados
e eu sem saber
se sabes o quanto te amo.
 

 
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 04/11/2013
Reeditado em 04/11/2013
Código do texto: T4555409
Classificação de conteúdo: seguro