Uma taça de poesia
Uma taça de poesias
Assim como o verbo que manipula o tempo
o vento que manipula as nuvens
o cordel que manipula os sonhos...
Como a folha que cai
a água que na terra infiltra
a semente que adormece...
Das letras sou maresia.
Sou palavra degustada
poesia em taça servida
sou poesia não lida
no curso da inspiração.
Sou Inspiração contraída
gemido em verbo assumido
que nasce no silêncio da noite.
Sou do verbo um açoite.
Palavra. Verbo desnudo
que se rompe em versos
que atrai amantes confessos
quando se veste de poesia.
Sou sonhos, poeta da alquimia.
Maria Nelci (poeta e sonhadora)