MUDANÇAS, COSTUMES & EVENTOS!

A poeira que baixa pela gaveta vazia

Frascos e retalhos espalhados, vazios

Perda de lastros em pleno navegar

Perde sentido o que sentia então

Alvoroças pela liberdade incontida

Ávida, a noite espera com suas armadilhas

Lancetas apontam para o meu âmago

Página que se vira solitária

Vadia é a noite que me pega pela rua

Carcomidos os reflexos, cheiros estranhos

O barco parte ao meio no caminho

Minha visão não é cega pela neblina

A poeira está assentada de novo

Partes de textos repartem o dia

Enquanto sobras se revoltam em alhures

Já pensando que tudo é passado

Passante de um destino preparado

E naquele muro perto do Jardim

Repartes para corações distintos

Indistintos o íntimo que roda

Rodelas de gelo num copo vazio

A pequena alegria imediata

Pedra que se calça depressa

E com a pressa dos impacientes

A poeira que faz troça da gaveta

Alenta iluminuras tardias

Vesperais para madrugadas insones

A distância que toma um rumo constante

Variante de afagos, o esmero se perde

Perdida vai caminhando sem pensar

E chora pelo nada que não acontece

Arrefece dilemas, esperas contidas

Cavalga entre os demônios

E sorri quando da orelha sente um puxão

Águas salobras em vestígios soturnos

Rasante de poeira, matinais

Sôfrega com tantas dores e partidas

Busca essa mão que te ouve tanto

Esconde o que sente com o medo

Medrando minha falácia dura, incisiva

Pego pela veia o dilema premente

Trago para a realidade pela paixão

Mesmo que o coração mais se dilacere

Mas desta corda não deixarei solta

Revolta pelas águas furtivas

E de pés no chão, o simples viver

Revigoro o seu brilho no olhar.

Alguns pássaros quando saem da gaiola, se perdem para toda a vista!

Peixão89

Abri a janela e vi "Despedida" de Morganna. Quase fiquei sem fala.

Peixão
Enviado por Peixão em 27/08/2005
Reeditado em 27/08/2005
Código do texto: T45550
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