NÁUFRAGO
Não sei se atravesso o mar dos meus sonhos,
nem se arranco as melhores medalhas que tenho na alma.
Não sei se abro os olhos diante da janelas dos ventos
ou se rasgo a velha colcha de retalhos.
Se conto histórias ou se as esqueço.
Se adormeço e não mais sonho.
Se brinco de rodas com as crianças que moram em mim,
ou se as expulso.
Quero o humano mais humano em mim.
O canal da lágrima sempre aberto,
porque meu coração é feito de rio e de mar,
onde o naufrágio me busca e me quer toda noite...!