Essas tuas mãos


Essas tuas mãos, que percorrem ávidas meu peito,
Que desfazem o nó de minha gravata meio sem jeito,
Desabotoando, um a um, os botões de minha camisa,
Quase arrancando-os ao sacá-la e logo após, submissa,
Acariciam dolentemente em meu tórax os poucos pelos,
Subindo por minha nuca e puxando-me pelos cabelos,
Oferecendo-me teus lábios rubros cheios de desejos,
Murmurando juras de eterno amor, mesmo entre beijos.

Essas mesmas mãos, que agora percorrem minhas costas,
Suaves, gentis e a acariciam, exatamente como gostas,
De súbito se tornam garras aquilinas que as rasgam,
De cima a abaixo, em direções incontidas e as marcam.
Com esses mesmos dedos e unhas que há bem tão pouco
Acariciei, beijei e suguei completamente demente, louco
No frenesi desse momento inesquecível que ora vivemos
Em que tu e eu somos nós, por mais que protelemos.

Com essas mãos que suaves percorrem todo meu corpo,
Detendo-se em detalhes que me causam imenso torpor
Que me fazem sentir o quanto sou teu, o quanto és minha,
Mesmo por todo o tempo em que a distância nos retinha.
E quando, então, para atiçar meu incontrolável desejo,
Me dás a sugar teu dedo embebido com teu doce sabor,
Por fim me entrego, não mais resisto e apóstata os beijo,
Relegando tudo que acredito e me entregando a teu amor.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 03/11/2013
Reeditado em 27/10/2016
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