ENVELHECER
O tempo passa no rosto dos amigos
Dos conhecidos, dos famosos
Eu penso ser tão poderoso
Que isso não aconteça comigo
A gente aprende que ao ficar velho
Precisa cuidar melhor do seu “templo”
Evitar sempre dar maus exemplos
Ficar somente nos bons conselhos.
O chama da paixão diminui no pavio
O sabor da “cantada” ainda é presente
Mas, para a garota à sua frente
Soa apenas como galanteio vazio.
Muito cuidado para não ficar chato
Insistente, um pegajoso professor
Que fica falando em vigor
E derruba a comida do prato.
Querer frear o jovem cheio de gás
Com dicas de velho aposentado
É querer impedir que o aprendizado
Aconteça pela vivência do rapaz.
E as noitadas, farras e a boemia?
Trocados pela sala em frente à Tv
O rádio, a Net, um livro pra ler
São agora sua nova companhia.
Uma visita, cerveja com um quase irmão
Falar do tempo em que eram “bons nisso”
Questionar a falta de compromisso
Da juventude com o futuro da nação.
E o mundo melhorou de ontem para agora?
O mundo muito, o homem não
Mudam os meios, mas fica a sensação
Que a inveja e o desamor são maiores que outrora.