Drunkning

Minha diversão é perversa.

Jogo-te ao fundo da garrafa,

só pra te ver afogar.

Teus bracinhos desesperados,

teus soluços exacerbados,

que graça a tua luta vã.

Ficas tão linda com os cabelos molhados...

Quando tua força dá resultado,

quando respiras demasiado,

sacudo o teu mundo todo.

Quero ver se nadas agora,

em meio à toda esta tempestade.

Mas quando vem a madrugada,

quando me olhas e

me julgas toda magoada,

meu peito é só remorso.

Vou drenando, drenando.

A garrafa secando, secando,

e num último gole seco, entendo:

o afogado sou eu.

Fernando de Sá
Enviado por Fernando de Sá em 02/11/2013
Código do texto: T4553140
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