Da Negra-Flor
Negra, sua pele veste a noite de preto
e, por sua causa, ela me veste também
com esse negro e apaixonado soneto
que desconhece toda a beleza que tem.
Ah, deusa de ébano, sou apenas graveto!...
um modesto poeta que é grande, porém
no amor que lhe entra até o esqueleto
e, nesse seu soneto, onde vai mais além.
A sua cor é a tinta do meu coração
com ela, eu tinjo minha alma de amor...
no jardim do meu peito, é você, negra-flor
que faz, da primavera, um ardente verão
e faz escorrer do meu florido vulcão
a lava do desejo (que tem a sua cor).
01-11-2013