Luneta dos Sentidos
À distância no silêncio
A luneta do pensamento
E o cheiro do vermelho
Fotografado na retina
Estampado na cortina,
Coração...
Uma canção colorida
Por dois galos de campina
Florindo os cabelos da menina
Estrelas cadentes de algodão
Dois poemas no portão
Escritos à cor de telha do alpendre
E o azul de outubro que se estende
Sobre o cinza claro da caatinga
E a Cantiga arranhada da cigarra
Que por mais monótona me afaga
Compreende e me interpreta
Buzinando meus silêncios
Nas folhas secas, nos ventos
Neste consolo dos poetas