Reaprendendo a amar


Eternos aprendizes da vida sempre o somos,
Mesmo que não querendo esta verdade apreender,
E em nossa prepotência julgarmos que já sabemos,
De tudo, até mesmo sobre o que nunca fomos,
De e sobre nós, que tanto julgamos conhecer,
E com quem convivemos desde que nascemos.

No tocante, então, principalmente à arte de amar
Já que até hoje inexistem ainda escolas de amor,
Vemo-nos obrigados a aprender esta complexa arte
Sozinhos, por não existir quem se disponha ensinar,
Autodidatas, por nem mesmo existir um professor,
Lançados na vida a errar, por mais que nos farte.

Como consequência desta enorme inexperiência,
Por tanta vezes julgamos amar e decepcionamos
A nós mesmos e a outros que não mereciam sofrer
A dor decorrente de nossa tão incipiente ciência
Causando decepções até mesmo aos que amamos,
E a nós, com dores que levaremos por todo viver.

Com tristeza vejo-me, sexagenário, sou um neófito,
Que viveu toda sua vida sem nada ter aprendido,
E que hoje tem que aos bancos de escola retornar.
Em contrapartida, a alegria da mulher que fito,
Ao tempo em que me é mestra, e a isto bendigo,
também é aluna, ensinando e reaprendendo a amar.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 31/10/2013
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