Os demônios persistem
A chuva lá fora é terrível,
forte, intensa, incrível.
Poder hipnótico que prende
o olhar, o sentir
e o espírito se rende.
Estou aqui, olhando o chover,
constante.
Sentindo o peito tremer,
oscilante.
Estranha calma me invade
acalma o medo,
domina a alma
sem medos, alarde!
A solidão... latente,
faz parte do rito,
cala o grito, iminente.
E eu nem queria gritar,
queria apenas olhar
o choro do céu,
que lava o mundo
o rosto, os medos
que me acusam: Culpado, réu.
Distante de casa, anjo ou demônio
sem asa, sem lar.
E atrapalhado,
desaprendeu a voar.
E rezo a Deus invocando demônios,
exorcizando pecados, passados,
marcados na alma, na pele, no olhar.
As orações terminam,
os demônios persistem, insistem
em ficar.
Meu amor, continuo tentando exorcizar meus demônios.