...dê-me um nome!
Quanto ao que sei, não sei o que dizer;
e o que não sei dizer eu sinto.
Cada traço do teu rosto é a soma perfeita da natureza
descrita de forma humana e apaixonante;
Teus lábios, teu olhar,
são a configuração perfeita de o que me atrai!
Como anseio por tocar-te;
deixar meus dedos deslizarem por teu rosto,
sentindo tua pele macia...
...e poder tocar teus lábios com os meus
e sentir o teu desejo de entrega-se ao proibido
sem se proibir de sentir o que não quer sentir mas sente!
E é quente, não é morno nem frio...
É uma soma de carências e sonhos, e fantasias,
é alegre, mas agonia a alma por parecer tão impossível...
Mesmo assim, você me quer;
eu te quero, e te espero todos os dias enfim...
Mas às vezes você não vem, não fico bem,
você é meu bem, meu amor, meu sonho lindo...
E às vezes me inspiro em amar outra vez,
como um adolescente, me ascendo incandescente
e esse fogo não se apaga e você me afaga em teu braços em meu pensamento;
me consola por um momento quase posso sentir teu calor;
mas se desfaz, leva minha paz humana e tudo fica tão diferente,
parecemos sós, sou apenas eu e não nós...
Fico viúvo de meus sentimentos;
de meus projetos e de minhas loucuras,
minha alma corre nua pelas ruas a onde imagino te encontrar;
mas sei que não vou te ver; então te vejo outra vez no abstrato,
na forma de um retrato, desenhado pelo meu coração e você chama ilusão, aquilo que você não quer sentir por mim,
mas que já brotou; você chama pecado, eu chamo amor!
Ubiratã Pinto