Abandono
Ah poesia!
Abandonou-me em pleno altar
maldita!
Foi por aí fertilizar outros filhos,
vadia...
Abandonou-me!
com caneta em punhos
em plena cerimônia pagã...
Prometeu comigo beijar o céu
na noite plena... voou serena... sem ruído!
Cá fiquei a ruminar estrelas
em busca do brilho da pureza.
Profanaste o templo e migra..
e quando penso que calada a porta espreita
vejo um vaga-lume.