pedido
sussurro em pensamento:
quero falar com deus.
nem precisa ser deus de verdade,
pode ser com o tempo.
procuro no céu das seis e meia,
em meio a uma paleta de tristeza,
o ponto mais alto, a beleza mais proeminente,
seja tecnologia ou silêncio veemente e
encontro uma torre,
que me viu como par oposto;
(no tarô eu desmorono de desgosto,
qualquer brasa já me tira o ar).
do ônibus, só pude olhar.
não dá pra ajoelhar, sentar em lótus,
ou qualquer coisa do gênero.
mas sentada no último banco, no canto,
com um toque trêmulo,
o suplício forçou um pedido.
não quero mais me ver de fora como quem vai embora.