Da Alma Cigana
Se os barulhos da rotina ferem a seda dos seus ouvidos
se já ouve novos ruídos anunciando nova chacina
deixa o burburinho, menina!...vem silenciar seus sentidos
esse dos sons poluídos (que te fere e que te contamina)
e outros que te ferem a paz (com gostos, com cores ou com cheiros)
sendo eles os carniceiros daquilo que não te satisfaz
embrutecendo, cada vez mais, os sentidos menos grosseiros...
que são, da alma, os mensageiros...e, do coração, os canais.
Vem para retirar sua mente dessa loja de porcelana
onde apenas engana com a delicadeza aparente
e quebra tudo, de repente, quando se coça ou se abana
pois, ela é tão humana quanto uma elefanta carente...
assim, silenciosamente, venha pra sua rude cabana
onde, a sua alma cigana, mora nesse rude presente.
28-10-2013