RASCUNHOS
Quando empunhei o lápis,
pela primeira vez,
suspirei com a ponta da grafite:
_ Que versos são estes que espero.
E houve o lapso momentâneo de um talvez,
porém, a mão firme no continuo traço,
transformou o fato em poesia.
Éramos eu, o lápis e a página,
ele em absoluto capricho
e ela, orgulhosa em receber-me em idéias,
feliz por suas linhas agora preenchidas.
E se fez vida no paraíso da literatura,
na criação da obra
e nos erros primários... Um pecado!
Para o eufemismo coube-me a borracha.
E houve o drama e a comédia,
na narrativa pessoal do artista,
na louca odisséia da vida...
Uma fabulosa história a ser escrita.
E veio a tragédia a sucumbi-lá.
Na página um rascunho imaturo,
sem o credito do poeta complexo,
não deu outra, foi ao lixo!
Autor: Sandro Colibri /SP – Março/07