MEU VELHO RIO
 
Segue tuas águas um vagar incessante;
Não sabes que teu percurso é extenso,
Nem se dá conta sequer por um instante
Que nasceste pequeno, embora imenso.
 
Segue assim sereno rumo ao mar;
Não sentirás saudade assim como eu,
Da gaivota branca a te sobrevoar,
Das árvores que vergam ao leito teu. 
 
Não sentirá saudade dos canoeiros,
Dos seixos de tua distante nascente;
Segue assim destemido e aventureiro
Regando várzeas, nascendo a semente.
 
À tua margem reina a natureza plena,
Mas caminha sempre com a solidão;
Ora sossega, ora transborda, e minha pena
Transforma em versos sua infinita oblação.
 
 
 ( Imagem da autora- refere-se ao meu velho Rio Paranaíba- parte de uma ilhazinha que faz parte da fazenda de meu pai- foto clicada em 15 de setembro de 2013)