JATO DE LUZ
Nadir Silveira Dias
Há dias, momentos;
há tempos em que o intérprete,
o artista, o autor nada diz.
O cantor não canta,
o pintor não pinta,
o ator não representa,
o autor não traduz
o sentimento que avassala,
enobrece ou aniquila.
Só rumina, e rumina,
sem conseguir
expressar a dor,
o conflito, a letícia, alegria,
e jorrar – jato de luz – a poesia!
O poeta não metaforiza.
O prosador cala.
O mundo todo se abala!