MEU ALENTEJO AMADO!
Nasci em ti, porque assim quis o meu fado
Bendita a hora em que do sonho, acordado
Trouxeste-me mil riquezas de pasmar.
Foram campos onde se ceifava o trigo
Quimeras qu` inda hoje, trago comigo
E que deste meu coração, não pretendo afastar!
Cresci em ti, em momentos de acalmia
Fiz da minha vida uma poesia
E na planície gerei como que um filho.
Que agora no meu ventre carrego com amor
Porquanto tens na alma o saber e o sabor
Que a cada instante contigo…eu partilho!
Trabalhei em ti, com suor no rosto
Em dias de calor intenso, no mês de Agosto
Mas nunca me cansei de ser feliz.
E mesmo sob o sol escaldante da planura
Em ápices de mágoas e amargura
Jamais arranquei do peito…minha raiz!
Envelheci em ti, como tudo nesta vida
Em jeito às vezes de uma breve despedida
Partia lá pra longe, mas levando-te na lembrança.
E entre os campos cobertos de papoilas
Havia devaneios com as lindas moçoilas
Havia de novo em mim…uma criança!
Depois de muitos anos transcorridos
Ainda não retive os meus sentidos
Voltando de novo ao tempo já passado.
E cá dentro deste modesto coração
Apenas mandarei vir o caixão
Pra morrer em ti, meu Alentejo …tão Amado!