EROS
EROS
O amor é lugar comum, por isso belo
É prá qualquer um, de tão singelo
Escapa ileso quem não o vê
Mal perece para, fênix renascer
É feito um brinquedo enjoado
Pérola prá outrem assim que achado
Machuca, fere, mata sem dó
Abraça e aquece o que está só
Amargo dissabor tão decantado
Segue unindo vidas todo dia
Como se Alguém maior com alegria
O semeasse com eterno cuidado
É flor que se abre em meio à rocha
É chama que queima mas aquece
É semente que teima e não fenece
É cinza que cega depois tocha
O amor é maior que o grande mar
Pois leva de uma vez sem devolver
Mata sem tocar o outro ser
Faz sofrer pelo outro respirar
Mais alto que a maior montanha que existir
Destrói como o pior dos acidentes
Pois consegue apagar sem extinguir
Ceifa vítimas a esmo , inclemente
Difícil de escrever pois é vivido
Cruel em seus açoites, impiedoso
Jacta-se de feliz o envolvido
Rouba as noites ao desditoso
Sem ele os poetas morreriam
De frio sobraria pouca gente
Pena, pincel, harpas calariam
A natureza e seus sons seria silente