POEMÁGICO - eternário dos relembramentos
POEMÁGICO - eternário dos relembramentos
1.
no meio desse mundo fundo
do centro ao espaço profundo
existem uns buracos de vácuo
cheios de palavras esquecidas
e a gente sempre te lembra
pô
e sia?
não sabemos quem é ela
mas lembramos dela
todo canto dia
2.
não sei por que lembramos da sia
(pô, e sia?) direto
parecendo até uma gia
só seguimos a vozinha
aquela mesma que você
escutou lendo essa linha
3.
a vozinha que diz poesia
não é filha
ou prima da sia
uma ou mil, mais de uma
surgia
depende das penas
do que ela dizia
uma é da segunda a fia
a segunda da primeira mãe
é no cesto da quase heresia
que se elege o verso
que se põe na pia
que se lava nos chorus
da dona maria
(quê? mas pô, e sia?)
4.
a gente de tanto lembrar
da pobre da sia a calar
aliás algo vem a calhar
com esse bico da bica
na chuva de "ei pô, e sia"
a gente se perde em tanta procura
por cura se atura e escura a pura
fatura fratura a pobre da sia
e ela se rimas
mas vive perdida
nos risos da vida
5.
- ei po, e sia?
- sumiu
- outra vez?
- outra vez se partiu
(procura procura procura procura
procura procura procura não sei
onde está?
- ah! ah...
procura procura procura não sei
onde está... ah...)
cultura semtura natura
talvez conjuntu... rá!
fofura gastura mistura
ou não semjuntu-
rá
rá rá rá rá lá lá lá rá
ráqui
acho que achei a dona sia
sim
é por ali
6.
lindimais essa dona pô
e sia tinha uma ema
que adorava dar mancada
(pô ema...)
e ser perneta a mando
as tretas da vida
morava numa casinha simples
da ultra consciência
e quando ciência não tinha
era instinto
e quando não tinha tinto
nem branco bebia água
não bebia mágua
coisa ruim até dizia
mas nunca dizia
por ter fome até de nome
evitava a-zia
só, pô? e-zia? das outras vogais
não sabia
7.
pó pô pó?
pó pô.
e sia fazia café
uma reza pra tomar
feito chá todo dia
toda noite também
depois dizia
amém ah nem a cem
a mil e um afoites
escrelia tudo na entrelinha
e relia aos todos momentos
um eternário de relembramentos
eternamente eterna mente
eterna mão escrelia
tudo que via que sentia
ter noção
o que não tinha também não
também nunca deixaria
tudo passa menos o conto
em que o fim é apenas um ponto
costurado com entrelinha
(era o dom que ela tinha)
Dija Darkdija
[p.s. Era um poema só. aí foram saindo outros no mesmo tema, resolvi escrever mais e juntá-los. Deu isso. espero que tenha ficado bom e agradeço por ler até aqui. Volte sempre!