Do ato de escrever.

Eu escrevo, calada e arredia,

no tempo do cigarro, cair de dia,

no espaço de uma inspiração.

Escrevo por necessidade, emoção;

eu não sei, só gosto de registrar

o que pela minh'alma atravessar.

Escrever é o meu tormento e abrigo,

descarrego de tensão, o meu perigo.

É o caminho que me fora traçado

de alguma forma; é o meu fardo

e minha mais trágica satisfação.

Sou poetisa esquecida no porão.

Viva, por ainda permanecer aqui.

Ardente, por sentir forte em mim

a ansiedade, muito ampla crescente

de me fazer ouvir em hora presente;

por coisas que eu não sei explicar...

Escrevo, por sentir o mal de amar,

ou quiçá por não ter mais o que fazer.

Mal a mal, eis a minha sina de escrever!

Thaís Soledade
Enviado por Thaís Soledade em 27/10/2013
Código do texto: T4544076
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