Da Sede
Sabe a sede que vem e que não passa
mesmo tomando água a toda hora?...
essa que chega...que fica...que devora...
toda solidão como se fosse traça?...
a sede de um olhar que nunca chora
mas, que sempre sorridente, só abraça
toda água feminina feito caça...
(caçador que, por ser bebido, implora?)...
então, ela é a mola para o salto...
o trampolim para furar a piscina
dessa tão árida e profunda sina
que só me quer mergulhando para o alto...
é o piche que reveste o asfalto
do caminhar sozinho (que não termina).
27-10-2013