“ A natureza sente! ”
Eis que chove imensamente na vastidão da natureza e da alma...
Tornando-se cada vez mais fortes os ruídos vão entoando!
Conjugando martírios e engendrando suplícios...
O som vibrante não acalma!
E o cheiro da terra molhada nas narinas secas...
Pelos sentidos desfalecidos vão resvalando!
Que íntima relação eu tenho essa noite com a natureza!
Esse “laboratório vivo” reverberando cegamente...
Seres diversos e sem última finalidade!
Na nossa interelação cíclica eu toco a natureza e ela me toca em sua sutileza...
Não há “luta pela sobrevivência do mais forte...
Mas eu sou o vírus percorrendo a natureza que...
Ora emudece-me a alma em sua totalidade...
Ora aclama-me uma sentença de morte!
Não é incorreto destruir a natureza irracionalmente??
Mas a razão que me faz esquece-la eu extirpo sem piedade...
Me adentro nas peripécias de sua força que me confunde...
Mas me despe infinitamente...
E o instinto me serve melhor nessa confusa realidade...
Mas o sentimento faz uma reconstrução mental do mundo intensamente!
Oh efêmera solidão! Porque vieste me buscar?
O frio faz emergir os pêlos loiros da tenra pele como nada igual...
Resvalando pelo mesmo sentido desfalecido que vai se estorricar...
E a percepção se inebria com o frio escaldante...
Emanação tão tênue da solidão dual...
A poesia transpõe o abismo que existe entre nós e o mundo...
As gotas de chuva são as mesmas lágrimas que derramamos...
E o enigma da vida se transcreve como um som profundo...
Pois a natureza poeticamente viabiliza fenômenos humanos!