“ A natureza sente! ”

Eis que chove imensamente na vastidão da natureza e da alma...

Tornando-se cada vez mais fortes os ruídos vão entoando!

Conjugando martírios e engendrando suplícios...

O som vibrante não acalma!

E o cheiro da terra molhada nas narinas secas...

Pelos sentidos desfalecidos vão resvalando!

Que íntima relação eu tenho essa noite com a natureza!

Esse “laboratório vivo” reverberando cegamente...

Seres diversos e sem última finalidade!

Na nossa interelação cíclica eu toco a natureza e ela me toca em sua sutileza...

Não há “luta pela sobrevivência do mais forte...

Mas eu sou o vírus percorrendo a natureza que...

Ora emudece-me a alma em sua totalidade...

Ora aclama-me uma sentença de morte!

Não é incorreto destruir a natureza irracionalmente??

Mas a razão que me faz esquece-la eu extirpo sem piedade...

Me adentro nas peripécias de sua força que me confunde...

Mas me despe infinitamente...

E o instinto me serve melhor nessa confusa realidade...

Mas o sentimento faz uma reconstrução mental do mundo intensamente!

Oh efêmera solidão! Porque vieste me buscar?

O frio faz emergir os pêlos loiros da tenra pele como nada igual...

Resvalando pelo mesmo sentido desfalecido que vai se estorricar...

E a percepção se inebria com o frio escaldante...

Emanação tão tênue da solidão dual...

A poesia transpõe o abismo que existe entre nós e o mundo...

As gotas de chuva são as mesmas lágrimas que derramamos...

E o enigma da vida se transcreve como um som profundo...

Pois a natureza poeticamente viabiliza fenômenos humanos!

laripsyche
Enviado por laripsyche em 26/08/2005
Código do texto: T45429