às seis
É sempre às seis
Quando a música se compra avulsa
Em doses de meio pesar
E é sempre às seis
Que o vento entorpece na calçada
Sobre as frívolas pisadas de um galgo
As velhas estendem as sobrancelhas ao varandim
E tu passas frouxa de mão guardada
É sempre às seis
Nas memórias de um soneto brando sobre a pedra
Registo-te as passadas
E conto-as,
Às nuvens e às estrelas
Quando às seis chega a noite dum solstício
E a música se vende cara.