Dromedário
deserto
deixo pegadas fugazes
giro o pescoço num ângulo de 360 graus
de calor
procuro sentidos além das montanhas mutáveis
carrego minha corcova
cheia das covas dos mortos que me deram ovas
também suporto o peso de beduínos nada genuínos
minha força está no que acumulo de mim
o mundo arenoso pastel
uniforme na sua inconstância
almejo o mar que não vejo
não a praia com sol a pino
mas o noturno
onde pululam águas-vivas incandescentes
claraboias transcendentais
não quero mais o vento seco que cimenta meus grandes olhos
e reprime meu poros
rumino esperanças e lambo possibilidades profundas
um oceano de lulas envolventes
beijos de ventosas texturizadas
volúpia de membros lúbricos
pois
nasci dromedário
com ânsia de água-viva
deserto
deixo pegadas fugazes
giro o pescoço num ângulo de 360 graus
de calor
procuro sentidos além das montanhas mutáveis
carrego minha corcova
cheia das covas dos mortos que me deram ovas
também suporto o peso de beduínos nada genuínos
minha força está no que acumulo de mim
o mundo arenoso pastel
uniforme na sua inconstância
almejo o mar que não vejo
não a praia com sol a pino
mas o noturno
onde pululam águas-vivas incandescentes
claraboias transcendentais
não quero mais o vento seco que cimenta meus grandes olhos
e reprime meu poros
rumino esperanças e lambo possibilidades profundas
um oceano de lulas envolventes
beijos de ventosas texturizadas
volúpia de membros lúbricos
pois
nasci dromedário
com ânsia de água-viva