à tua partida
Sento-me sobre a tábua
E rezo-me.
Ervas crescem indecentes pela sombra
São daninhas e mordem de sede.
Além, avisto um rio pálido, doente
E um barco virgem de passeios.
Uma rede encarnada debruça-se sobre as rochas.
Mas não há peixe.
Por trás, raízes assaltam-me
Delineando a imagem de um livro
Mas não leio.
Os bichos saem do bosque
Viajam.
E as flores decoram as páginas de um romance.
Todos se vão por um segredo.
E guardo-te eterna
Aqui sentado,
Sobre a tábua de uma urna.
Dorme.