Mentiras Vis


Mentem aqueles que solenes apregoam
Que até mesmo a inspiração me deixou,
Que, repetitivo, meus versos ressoam
Como frutos de um passado que passou.
Mentem, por não verem meu peito pulsante
Pleno de amor e sempre mais, a cada vez,
Por não quererem reconhecer o amante
Eterno que se esconde por sob minha tez.

Há muito, amo a vida, amo os amores
Que tive, que tenho, que ainda terei,
Amo os pássaros, a liberdade, as flores,
Um por de sol quando se vai o astro rei.
Deleito-me com as noites de lua cheia,
Com a esteira prateada sobre os lagos,
O quebrar das ondas do mar na areia
Em seu vai e vem por Deus eternizado.

Por certo, assim o fazem por puro despeito,
Pois sabem que enquanto restar em mim
Réstia do que fui, do que sou, em meu peito,
Gritarei ao mundo como se fosse um clarim:
Amo a beleza que não veem, sou um esteta,
Com minha sensibilidade, este é meu destino,
Para sempre cantarei ao mundo, sou um poeta,
Mesmo que um velho, mas com coração de menino.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 25/10/2013
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