[Duas Aragens]
Aragens... ah, as levíssimas aragens
que sopravam logo após a chuva,
e faziam rolar as translúcidas gotas de água
pelo verde substancial das folhas da taioba...
Aragens... O que eu não daria sentir de novo
a leve e melíflua aragem do teu hálito
a soprar do meu rosto as lágrimas
que rolavam depois do gozo primacial...
Duas aragens que me viajam,
duas aragens que ainda sopram
através do tempo e do espaço —
aragens de chuva, aragens de amor!
_______________________
[Desterro, 25 de outubro de 2013]