A minha mão...
“É preciso estar sempre embriagado. Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.” (Charles Baudelaire)
A minha mão não aprendeu
a tecer versos para a posteridade.
O sonho da laranjeira sedenta
é que o céu chore chuva;
o meu é que Deus tenha
posto açúcar nesta uva!
Deitarei sem pressa nesta ponta
de primavera; vou-me levantar
somente quando cair sobre
o meu corpo folhas
coradas de outono!
A minha mão não aprendeu, ainda,
a tecer versos para a posteridade!