muros
Atiram pedras aos muros
Na delinquência de um versejo
Alcançam-se verbos que delimitam a fome
E a ânsia de sombra.
Às três morrem-se tordos
Nas estrofes de um alçapão
E mesmo os grãos de poemas ricos
Se teimam de febres,
Sintomas das noites de insónia.
Alpendres abrigam os poetas
Despem-se intercalados na neblina
Soando as vozes da lua parda,
E os girinos assombram as margens
Alcovitam nas pedras tingidas
Quando soluçam os muros.