O Pior Poema
Quantos olhares tivemos
mutantes na linha do tempo
como folhas levadas
como folhas colhidas
voando ao sabor do vento
Espelho de minha alma
brilho que vai e vem
se depedindo nas horas
como se dissesse adeus
Negros olhos que sou
nesse inverno que se demora
Inverno que cobre o corpo
Inverno em minha alma
Nos instantes que passam
denunciam quem sou
Arte das cores que se foram
Tela de sonhos adormecidos
Nesse olhar se deita o silêncio
Embalando o monumento do medo
Feito de pedras e caos
na carne, nas entranhas, no
que de mim restou
Quem é, quem fui, o que sou?
Pares de olhos negros, opacos
inanimados, vencidos
Que há muito ja se despediram