Dias

Dias

Hoje doeu no medo,

os ossos não querem me enganar.

Somente a sombra do sol me acompanhou.

Não quero piedade,

já prostituí todas das palavras restantes

antes da poesia me contorcer.

Sei também que a fraqueza de me entregar

ao gosto da lua vence-me e desola as linhas

do meu raciocínio.

É tantas faces ocultas que vejo na rua

que penso até ser normal.

O velho sapato está o mais verdadeiro livro,

Nele parti noites e noites ao meio, com violência

nas caminhadas solitárias...mesmo bêbado.

Hoje quiseram me vencer com todas as cartas,

fico calado de verdades , conformam-se com

Sorrisos de plástico.

Outra morte no dia

Cada dia vai um pouco

Nunca vai acabar a soberania

do tempo de minha carne

Hoje pouco se passa pela garganta;

parece uma bolha de lágrima apertando de dentro para fora.

Acho que até conversei com a solidão!

Chega a ser mais vivo que a vida.

Compreendo o amor,

em dias como hoje.

Camper
Enviado por Camper em 26/08/2005
Reeditado em 13/05/2011
Código do texto: T45382