Dias
Dias
Hoje doeu no medo,
os ossos não querem me enganar.
Somente a sombra do sol me acompanhou.
Não quero piedade,
já prostituí todas das palavras restantes
antes da poesia me contorcer.
Sei também que a fraqueza de me entregar
ao gosto da lua vence-me e desola as linhas
do meu raciocínio.
É tantas faces ocultas que vejo na rua
que penso até ser normal.
O velho sapato está o mais verdadeiro livro,
Nele parti noites e noites ao meio, com violência
nas caminhadas solitárias...mesmo bêbado.
Hoje quiseram me vencer com todas as cartas,
fico calado de verdades , conformam-se com
Sorrisos de plástico.
Outra morte no dia
Cada dia vai um pouco
Nunca vai acabar a soberania
do tempo de minha carne
Hoje pouco se passa pela garganta;
parece uma bolha de lágrima apertando de dentro para fora.
Acho que até conversei com a solidão!
Chega a ser mais vivo que a vida.
Compreendo o amor,
em dias como hoje.