A lontra azul
A lontra azul
Em corrosivos pastos
Passeia à cata do sonho perdido
Verdes anseios passeiam
No sobressalto do gatuno noturno
Onde as palavras deságuam
Se abrem vales
Por trás do delírio
Se acha a delícia
No martírio do tombo
Se acha a lua pelada
Já houve um tempo em que nada
Era mais do que nada
Agora os tempos são outros
Já não se fala mais da morte
Como se fosse um cavaleiro remoto
Montada em motos possantes
Ela passa dando risadas
E no oco difuso de seu rastro
Multidões vão seguindo passo a passo