Escriba

Deus aceita o homem reto

E o homem em ziguezague.

Pode falar, Deus, que eu escuto.

Nasci foi pra ser secretária mesmo!...

Pode ditar, que eu escrevo.

Na velocidade normal da fala,

Textos não muito grandes,

80 palavras por minuto;

Como um carro, a 80km na estrada...

Busco lá fora o belo

E ganho a vista da Catedral.

Eis uma palavra que até o momento

Eu nunca havia escrito: Preternatural.

Chorando, deixei o que eu queria...

Destilada, dizimada,

O que tenho de puro dentro de mim é a lágrima.

Feita de amor ou mágoa, tanto faz!

É clara como água cristalina,

Em forma de grão de trigo e trégua!

Pequeno como um recado, como um retalho,

Cabível na taça tosca de pau e pedra,

Na pira olímpica, com óleo e tocha,

Crema-se o sossego...

“O preço da liberdade é a eterna vigilância.”

Quero carinhos de Deus!...

Em troca,

Escrevo seus pergaminhos...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 17/04/2007
Código do texto: T453796