FLORES
(Sõcrates Di Lima)
Senhora...
Colho-te flores,
Nos canteiros da minha vida,
Simbolo de amores,
Que nunca vão s´imbora,
Quando a alma é comprometida.
Senhora mulher menina...
Receba minhas flores vermelhas,
Pois elas minha alma espelha,
No olhar que me fascina,
Faz-me ver entre minhas fendas,
A cor rubra em centelha,
Ardendo em dor sem que se defenda.
E com estas flores senhora,
Ponho sem hesitação pra fora,
Toda tristeza ou dor,
Troco por alegria agora,
Ás mãos o tom da flor,
Para florir teus olhos depois que eu me for.
E se eu for,
Embrenhado em noite escura,
Quando fechar teus olhos em pavor,
Por não ver-me mais sem cura,
Pela dor causada pelo perdido amor.
E assim, troco toda minha tristeza,
Que as vezes minto em não te-las,
E por sorte no giro da terra pela natureza,
Sinto que estou livre como estrelas,
Para iluminar o caminho,
Quando eu partir,
E eu caminhar sozinho,
Tiver que seguir.
E mesmo que não se espere estas flores,
em meio as proezas de uma alma triste,
Para sentir a todos os odores,
Da vida os sabores,
Que nunca o amor resiste.
Flores...
Para enfeitar a noite cinzenta,
Abrir o sorriso no olhar da noite atenta,
E para os antigos amores,
Outras vidas inventa.
E as flores que trago,
São como se embrigar em tragos,
De amor e alegria,
Misturada na poesia,
Sem hesitar,
Sem pressa me preparar,
Quando então, um novo amor chegar.