Desnuda-me


Como os primeiros raios de sol, ao alvorecer,
Vão desnudando os montes, seus contornos,
Substituindo as sombras das árvores, das flores,
Mostrando a beleza dos rios, serenos a correr,
Trocando o frio da madrugada pelos entornos
Da vida, em sua plenitude de amares e de amores.

Jamais poderíamos supor que sob as sombras
Assustadoras da noite, sugerindo fantasmas,
Se escondia tanta beleza que ora refulge às vistas,
Que me induz a deitar e refletir sobre as alfombras
Do que fui, do que sou, a cumprir meu eterno karma,
Que passa ante os olhos como se o folhear uma revista.

Desnuda-me também, permite-me mostrar a essência
Do que realmente sei e sou, do que sinto, em síntese,
Mira as marcas lanhadas por todo meu corpo e imagina
O quanto de sofrimento está contido nesta experiência
Que ora tento expressar em meus versos, em minha tese:
Só pode falar de amor e dor quem já o viveu, triste sina.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 22/10/2013
Reeditado em 26/05/2014
Código do texto: T4537133
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