Do Silêncio Desarmado
Quando te vi, olhando para o nada
como se visse, ao mesmo tempo, tudo
pude ouvir o seu sentimento mudo
e entender a palavra não falada.
O silêncio sempre foi o seu escudo
e o olhar a sua arma sagrada
na guerra contra a palavra-armada
dissimulada no seu tom de veludo.
E, por isso, quando te olhei (calado)
e disse o que a palavra não diz
esse seu olhar que se calar, não quis
calou-se por ter se visto desarmado
por um silêncio, assim, tão delicado
que, ao te ferir, te fez muito feliz.
19-10-2013