Ao teu regresso

Saíste leve na valsa dum domingo quente

Rogada aos céus. Os céus que dormitam na tua crença.

Dentes-de-leão na eira. A eira dos longos outonos de então,

Foram anos. Uns quantos que rezo.

Rezo na sentença de uma lágrima morta ao relento.

O silêncio das coisas bate-me opaco no rosto. Rosto pobre.

As sílabas que digito. Os grafismos que dedico. As somas que pratico.

E voltas na madrugada de ontem. Ontem foi o dia em que te esqueci.

As coisas de ontem dançam na memória de um barco.

O barco em que partiste. Num domingo.

Agora. Canto poemas aos céus.

E hei-de dançar às flores. Na primavera.