VISÃO
Então surgi você.
Do nada... de tão perto.
Ocupando meu tudo, meu deserto!
Ascendendo meu desejo adormecido,
De propósito recluso por mim.
Vem você!
E minha resistência, sede.
E meu coração, estremece,
Com um sentimento primitivo, animal.
Bailando na noite,
Sem medo do escuro,
Qual sacerdotisa atuante
Guiada pelo instante em que olhas para mim...
Ofereço meu corpo
A um ritual ancestral.
Incinero minha virtude,
No altar de meus desejos
Me entregando aos teus deleites e vontades...
Esqueço minhas verdades
Cega pelo desejo que estou.
Condeno, assim minha alma, a purgar essa culpa
Em nome da luxúria que me domina e aprisiona.
Dantesco meu conflito
Corpo e espírito em luta,
Sede de fuga, me leva para longe de ti.
Fome de sexo, me transporta ao teu encontro.
Feito mariposa enfeitiçada pela luz,
Com destino certo,
Morrer no calor dos teus braços.