Versos Tranversos

Uma pausa pousa sobre a poesia,

Uma causa ousa em toda heresia,

E parar pode ser uma anestesia,

Para suportar a escrita fantasia.

E vão versos, meus transversos,

Voam em vão os livres anversos,

Na cela dos devaneios dispersos,

Decorando a sala, meus inversos.

Recorto palavras ou sentimentos,

Revivo o revisto, meus momentos,

Descrevo, escravo dos tormentos,

A textura do texto entre lamentos.

E vão verbos plenos, carícia e dor,

Na cor da vida e seu avesso amor,

No pudor da ira aqueço meu calor,

Soltos os diabos, escondo o pavor.

Assim aprendi viver minha loucura,

Os opostos polos da minha esfera,

Candura da flor e a dor da fissura,

Entre os dois, o recheio da espera.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 21/10/2013
Reeditado em 22/10/2013
Código do texto: T4534609
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.