A pedra quica e vai
Rolando, rolando
Do alto da serra e
Não quebra, nem cai.
Balança rompendo,
Rasgando beirada
Carreira enfiada...
Lascando a estrada.
A pedra brota e sai
Do veio da terra
Sozinha a mais...
Descendo a ladeira
Pulando, subindo
Partindo audaz.
Ah, velha pedra na pedra
Que não parou...
Rolou, rolou e desabou,
Morro a baixo...
E pouco ficou.
Sombra na sombra
Da pedra lascada
Que de tanto rolar
Desencarrilhou...
Na beira duma estrada
Que sozinha,
Também esperou!
Pedra Pedra Bruta
Que de tão matuta
Batuta infincou.
No veio da hora
Que comovida,
Também, chorou:
Ao vê-la perdida
Solta na vida...
Sem rumo, ao léu.
Na casa arquitetada
No parque ou estrada
No aranhaceu.
Oh, Pobre Pedrinha!
De tanto rodar
De tanto quicar...
Louca, louca... ficou...
E sozinha, também
Se enterrou!...
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