Sal

Se é força natural

Se é inexplicável

Se é da vida o sal

Entrego-me às ondas

Embriagada de luz

Conversando com os seres

Em todas as línguas

Digo às aves misteriosas

Noturnas

Digo aos pássaros que abrem as manhãs

Deixo a saliva molhar o solo

E faço a lama

Tal qual Jesus

Mas não para ver de novo

Mas para cegar de amor

E mergulhar no breu

Para nunca mais voltar