CIÚME
O tempo teve medo de colocar o seu dedo e machucar-me as horas.
O doce sorriso que se fez beijo, que se fez vontade,
Se desfez em dúvida... se desfez em tarde!
Palavras nasceram sãs e morreram estragadas...
Como se a primavera cumprisse todo o seu ciclo no espaço de uma madrugada!
As imagens duplas no olhar perdido competiam com as fantasias caladas.
Os braços amargurados se fecharam na contra mão de um abraço.
E o cheiro podre do ciúme afogou-se na tristeza
Deixando atrás de si, a sombra da incerteza !