Colcha de Palavras
Euna Britto de Oliveira
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Lágrima fácil aflorou-me aos olhos.
Passei pela ponte que ainda não caiu
Passei pelo homem que ainda não sorriu
A água cobria a estrada,
As cobras picavam o nada...
Nada sai do nada,
Então, eu sou.
Desde quando, não sei.
Berçários sugerem-me o cuidado natural
E necessário
Que devemos ter para com os novos.
Esperam dos mais velhos a obrigação de saber,
Mas estes nem sempre sabem.
Às vezes, o coração faz menção de enguiçar,
É melhor viver sem hipertensão.
Há quem faça da ambição uma vocação...
A ambição desmedida leva ao pecado,
E o pecado leva à morte.
A ambição desmedida é a hipertensão da alma.
Para atingir os fins,
Importam os meios,
Que podem ser tijolo por tijolo...
Vingança, não.
Matança de inocentes, também não.
A adversidade habilita,
A Universidade, também.
O que habita no mais alto dos céus
Deixou tudo certo,
Os erros são nossos.
Arquemos!...
Penso em arqueiros
Em alqueires
Em marmita enferrujada
Em coisas que a rede errada
Não traz...
Quando eu tinha 12 anos
O mundo já tinha bilhões...
Tenho só uma coruja
E não sei quantas coragens!...
Fomos feitos para durar?
Claro que não.
Basta nos tocar
E ver de que somos feitos.
O vento balança a porta.
A rede... não balança ninguém.