Colcha de Palavras

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Lágrima fácil aflorou-me aos olhos.

Passei pela ponte que ainda não caiu

Passei pelo homem que ainda não sorriu

A água cobria a estrada,

As cobras picavam o nada...

Nada sai do nada,

Então, eu sou.

Desde quando, não sei.

Berçários sugerem-me o cuidado natural

E necessário

Que devemos ter para com os novos.

Esperam dos mais velhos a obrigação de saber,

Mas estes nem sempre sabem.

Às vezes, o coração faz menção de enguiçar,

É melhor viver sem hipertensão.

Há quem faça da ambição uma vocação...

A ambição desmedida leva ao pecado,

E o pecado leva à morte.

A ambição desmedida é a hipertensão da alma.

Para atingir os fins,

Importam os meios,

Que podem ser tijolo por tijolo...

Vingança, não.

Matança de inocentes, também não.

A adversidade habilita,

A Universidade, também.

O que habita no mais alto dos céus

Deixou tudo certo,

Os erros são nossos.

Arquemos!...

Penso em arqueiros

Em alqueires

Em marmita enferrujada

Em coisas que a rede errada

Não traz...

Quando eu tinha 12 anos

O mundo já tinha bilhões...

Tenho só uma coruja

E não sei quantas coragens!...

Fomos feitos para durar?

Claro que não.

Basta nos tocar

E ver de que somos feitos.

O vento balança a porta.

A rede... não balança ninguém.

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 17/04/2007
Código do texto: T453375