NAUFRÁGIO -

Eis me  meu oceâno,
Ora, Atlântico, ora pacífico;
Nos arredores ilhas,
Pequenas, ou grandes,
Algumas feridas.

Escondendo-me da tempestade,
Fui ao fundo nadando, 
Os olhos já não podiam ver,
Perdia os sentidos;
Partes escuras, lamas, destroços;
Navios naufragados,
Musgos, limos, enfeitavam
O que um dia fora bonito,
Restos de festas,
louças quebradas,
E eu era mais um navio...

Tempo da maré baixa,
As ondas adormecidas
na cadeira de balanço
Feita pelas gotas do mar;
Do fundo submerso,
Subi no regresso...

Os olhos já não podiam chorar,
As lágrimas em abudância
Formaram meu oceâno,
Afogando-me dentro de mim;
Quando cessaram,
Ao meu sofrimento pôs um fim.

No meu naufrágio,
Restos de vestimentas,
Plásticos e tecidos,
Pobres e ricos,
Costurados são bóias,
Na parede são ornamentos,
Restos daquele mar
Que emergi....







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isis inanna
Enviado por isis inanna em 20/10/2013
Reeditado em 20/10/2013
Código do texto: T4533349
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