Vou
Folheava eu um verso
Ao inverso,
Na cálida manhã de inverno
Calores de inferno
Confesso.
Ajustava-me às colcheias
Barriga cheia
De sucesso.
As luas pintavam-te a tinto
Escuro, pincel duro
Absinto.
Provando e sentindo.
Roseiras à margem
No pós viagem
Ervas secas ou não
Fosse eu crente de perfume
E linhagem
Atroz servo de costumes
Amante da tradição.
Visto-me rosa,
Choco e provoco,
Serviço gourmet
Sorriso louco
Apenas, de pouco,
Porquê.
Declamo em prosa
Rabisco poemas
E fonemas
De um vil poeta
Chave de ouro
Profeta.
Vou de danças com o vento
Prometo
Esquemas e contas
E problemas.
Fracções, provérbios
Teoremas.
Mas agora vou.
Com o vento,
Dançar a página branca.