O corpo de Marighela
Precisamos colher Marighela
da terra na qual sua alma brotou em flor
agora que nenhuma covardia o pode
assassinar
para ele há mais do que uma fresta na porta
uma janela, um parapeito
porque seu corpo não ficou inerte
naquela rua gelada sob as botas de Fleury
da sua metralhadora só saíram os versos
como o seu sonho sempre quis.
(Do livro a sair em Novembro, pela Publiki, A modernidade de Penélope)