À procura da lua
Maria Antônia Canavezi Scarpa
A noite hoje, está morna e triste
não pude ver a lua, que em algum lugar
aflora bela e cheia no teto do céu,
sob a luz das estrelas...
em mim o silencio rabisca pecados,
plenos e confusos misturando-se ao ar.
Vou me afogando nos sonhos,
embaçada pelos delírios agora tão cruéis,
uma letargia latente, se apresenta
para corroer as minhas entranhas,
sem querer divagar vou criando infortúnios
até se tornarem pequenas tragédias.
Ao longe ouço cantigas estranhas,
que ora podem ser obscenas...
mas não ligo...são reações eletromagnéticas
respondendo ao meu afluxo sanguíneo,
o corpo remonta mensagens,
que soltas foram se desmanchando.
O fetiche estimulado toma corpo,
causa odores voláteis, extrapolando limites,
preciso voltar a dormir, a isca se foi
posso sentir o limiar da aurora,
vou descansar esta busca silenciosa
e deixar para amanhã...à procura da lua.