Pronúncias
Cada vez que tentas saltar da pronúncia de uma sílaba
Danças sem asas entre constelações de malmequeres
E os verbos aplaudem-te na célebre rotina de um porquê
Sabendo dos nãos que a vida te acostuma
Se finges a morte na certeza de um beijo
Os lírios penetram na valsa de uma semínima
Aguda como as vogais de uma pluma dourada
Velejada pelas mãos que à noite fazes orar
Entre os costumes da lua parda e os gritos mudos da estrela polar
Hoje um beijo de crisálida
Depois um tango em verso,
à chuva.